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  Caracterização dos Canais Fluviais Abertos (CFA) da bacia do Tucunduba (BTC), Belém, Pará, Brasil  

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A bacia do Tucunduba (BTC), pertencente a hidrografia da cidade de Belém, Pará, Brasil (Bacia-Piloto). Com área de 10,55 km², esta bacia tem treze Canais Fluviais Abertos (CFA) com um total de 14,18 km de extensão, incluindo o curso d’água principal de 3,9 km (CFA_1) (Barbosa, 2003; Leão, 2013; Nascimento; Leão, 2020).

 

Importa ressaltar que, para este estudo, foram considerados apenas os trechos de canais abertos, pelo que ainda existem linhas d'águas que estão completamente ocupadas por moradias. Assim, a extensão dos canais foi em torno de 12 km, incluído trechos assoreados e em obras de retificação das secções transversais (Figura 1).

Neste sentido, definiu-se estes trezes CFA, de modo a identificar e caracterizar seus respectivos trechos, sentidos, comprimentos, larguras. Para definir i-trechos de CFA assumiu-se que a linha do curso d'água é unida entre duas pontes (onde i = 1, 2, ...n). E, subtrechos são caracterizados pela linha do curso d'água unida entre duas passarelas para pedestres (identificadas por letras) (Tabela 1).

 

Além de extensamente antropizadas, esta bacia urbana integra uma parte da área continental da cidade com cotas inferiores a 4 m do nível do mar, impondo-lhes uma natural condição de vulnerabilidade às inundações (permanentemente ou intermitente).

 

Para reduzir os impactos desta condição de vulnerabilidade às inundações, diversas ações foram executadas desde os anos 90, e algumas ainda estão em execução, face ao evento climático promovido pela Organização das Nações Unidas (COP-30), e projetadas para intervenções, contemplando a remoção de habitações em área ribeirinhas, retificações em CFA, urbanização e saneamento (Leão, 2013).

Situação dos CFA-BTC quanto as margens e seções transversais - Critério 1 (C1)  

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As linhas de água dos canais fluviais da bacia do Tucunduba ainda estão, atualmente, numa acelerada dinâmica de alterações de margens e retificações geométricas das seções transversais.

Entretanto, em geral, pelo levantamento realizado em 2025, cerca de 15% dos canais, as margens não foram alteradas e as seções transversais não foram retificadas.

 

Por este mesmo levantamento, constatou-se que mais de 64% dos canais tiveram suas margens alteradas e as seções transversais retificadas com intervenções de Engenharia.

E, ainda assim, cerca de 21% dos canais apresentaram alterações em suas margens (e.g., instalações de guarda-corpo), e não tiveram suas seções transversais retificadas.

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Vulnerabilidade das margens aos impactos das inundações dos CFA-BCT - Critério 2 (C2) 

Na bacia do Tucunduba constatou-se que, pelo diagnóstico prévio realizado a partir da linha de água até a faixa imediatamente edificada, cerca de 67% dos CFA apresentaram-se com alta vulnerabilidade para as edificações expostas aos impactos das inundações.

E, cerca de 16% e 17%, respectivamente, dos CFA da bacia do Tucunduba, apresentaram-se com moderada e baixa vulnerabilidade para as edificações expostas aos impactos das inundações.

Importante destacar que, no CFA_1 (principal), cerca de 70% apresentaram-se com baixa vulnerabilidade para as edificações expostas aos impactos das inundações. 

 

Por outro lado, CFA_2, CFA_3, CFA_3, CFA_4, CFA_7, CFA_8, CFA_9 e CFA_13 apresentaram-se altamente vulneráveis para as edificações expostas aos impactos das inundações.

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Deterioração de estruturas de contenção e margens de CFA-BTC - Critério 3 (C3) 

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Pelo diagnóstico prévio realizado nos CFA-BTC, cerca de 32% das estruturas de margem/contenção apresentaram alto grau de deterioração.

E, em torno de 13%, apresentaram-se estruturas de margem/contenção com moderado grau de deterioração.

Mais da metade das estruturas de margem/contenção dos CFA-BTC, pouco mais de 55%, foram enquadradas ao baixo grau de deterioração.

Notou-se que todos os trechos dos CFA_3 e CFA_13 apresentaram alto grau de deteroriação de suas estruturas de margem/contenção.

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Uso dos CFA-BTC para Navegação, Lazer, Turismo - Critério 4 (C4) 

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Pelo diagnóstico prévio realizado nos CFA-BTC, cerca de 17% dispõem de configurações geométricas, condições físicas e estruturais das margens e zonas marginais para navegação, limitado ao lazer, turismo, não totalmente integrado o paisagismo urbano ​

E, em torno de 83% dos CFA-BTC, apresentam configurações geométricas, condições físicas e estruturais das margens e zonas marginais em condições limitantes para navegação, lazer e turismo, não integrando-se ao paisagismo urbano. Portanto, estes canais apenas se prestam a escoar as águas pluviais.

​​Ainda que todos os canais tributários da BTC sejam condicionados a apenas escoar a água pluvial, cerca de 73% dos trechos do canal principal apresentaram-se em condições para navegação (uso atual da linha de água).

Modelado pelo método Fuzzy-TOPSIS (Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution)

Considerando a "fuzzificação" dos critérios, suas importâncias foram hierarquicamente associadas as alterações/retificações (C1), vulnerabilidade ao impacto das inundações (C2), deterioração das margens (C3), uso das linhas de água (C4) e custos de manutenção e retificação de canais (C5) (Figura 6).

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Figura 6. "Fuzzificação" dos critérios técnicos para priorizar intervenções nos canais fluviais abertos.

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Por esta configuração, quando aplicado o método Fuzzy-TOPSIS cerca de 66% dos trechos dos CFA-BTC apresentaram prioridade de intervenção preditiva. Enquanto, cerca de 22% dos referidos trechos indicaram intervenções corretivas.

A classificação efetuada pelo método Fuzzy-TOPSIS indicou ser necessário intervenção imediata em cerca de 13% dos trechos dos CFA-BTC. A este respeito, tais intervenções concentram-se nos CFA_3, CFA_4 e CFA_13. A este respeito, mais de 50% dos trechos dos canais CFA_3 e CFA_4, e cerca de 40% dos trechos do CFA_13, foi indicado prioridade de intervenção técnica imediata.

 

Em geral, do ponto de vista técnico-econômico, os CFA-BTC indicaram necessitar de intervenções preditivas à corretivas, ainda que, em certos trechos da linda de água, o índice IPT(TE) sugeriram intervenções imediatas.

As importâncias dos critérios custos, alterações/retificações, deterioração das margens, uso das linhas de água e vulnerabilidade ao impacto das inundações, podem ser ajustadas por consulta aos especialistas (técnicos), de modo atribuir novos pontos de vistas para avaliar a prioridade de intervenção na linha de água.

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Figura 7. Prioridade de intervenção técnica nos CFA-BHT

Assim, pode-se acessar o link "CALIBRAÇÃO DE PESOS" para preencher um formulário de questionamentos sobre os critérios técnicos.

Prioridade de Intervenção Técnica - CFA_4 da BTC
00:19
Prioridade de Intervenção Técnica - CFA_13 da BTC
00:46
Prioridade de Intervenção Técnica - CFA_1 da BTC
00:07
Prioridade de Intervenção Técnica - CFA_12 da BTC
00:10
Prioridade de Intervenção Técnica - CFA_12 da BTC
00:17
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