
Modelagem Dedutiva e Adaptativa para
Priorizar INtervenções em Canais Fluviais URBanos
Ferramenta à Gestão e Planejamento para Reduzir Impactos das Inundações sobre Áreas e Populações Ribeirinhas em Cidades da Amazônia Brasileira
Caracterização da Zona Marginal à linha de água da Bacia do Tucunduba (ZGM-BTC), Belém, Pará, Brasil

A Zona Marginal da Bacia do Tucunduba (ZMG-BTC) foi delineada a partir de "buffer" em 250,0 m, baseado em Rezende (2018), traçado pelo eixo da linha de água associado aos trechos identificados pela caracterização do EIXO 1. Este procedimento estimou a ZMG em aproximadamente 5,49 km², representando cerca de 52% da área da BHT,
Importa considerar que esta ZMG se insere, total ou parcialmente, em áreas de seis bairros: Canudos, São Braz, Marco, Terra Firme, Universitário e Guamá. Esses bairros concentram quase 225 mil pessoas que, além de seus bens imóveis, estão sujeitas aos impactos das inundações, bem como interrupções sobre a acessibilidade e mobilidade urbana, e do aumento de casos e sintomas de doenças de veiculação hídrica (caso o saneamento seja ou continue a ser considerado inadequado).
A Tabela 1 apresenta os bairros que integram as ZMG-BHT, suas áreas totais e circunscritas na bacia, populações, número de domicílios e renda per capta.
Em seguida, com a base de dados socioeconômico levantando a partir de IBGE (2022), recorreu-se a visitação "in-locu" para identificar o número de ligações clandestinas de esgoto e disponibilidade de contentores temporário nos trechos dos canais fluviais abertos (CFA). Realizou-se este procedimento para aferir o efeito da inadequação do saneamento da ZMG à linha de água.
Para aferir a prioridade de intervenção nas zonas marginais, também recorreu-se ao aplicativo Google Earth Pro® para mapear as vias e suas respectivas categorias (como avenidas, travessas, ruas, etc) na BHT, de modo a avaliar as consequências das inundações sobre a mobilidade e acessibilidade urbana. Aditado a estas avaliação, estimou-se um fator de permanência, considerando o tempo e altura de alagamentos.
Portanto, a partir desses critérios que satisfazem a proposição de Zonensein et al., (2008), tornou-se possível avaliar a prioridade de intervenção sobre as zonas marginais à linha de água da bacia do Tucunduba, as quais foram correspondentemente associadas às ações minimamente necessárias para mitigar e/ou compensar as consequências socioeconômicas das inundações urbanas.
Tabela 1. Caracterização sócioeconômica de bairros que estão circunscritos, total ou parcialmente, na BHT

Impactos das inundações sobre bens imóveis situados na ZMG-BHT - Critério C1
Pela proposição de Zonensein et al., (2008), a interpolação do índice IDD foi efetuado a partir do método IDP (Inverse Distance to a Power), operacionalizado pelo software Golden Surfer®. Deste modo, mapeou-se a ZMG-BTC onde quase 42% apresentaram-se em moderado potencial de impacto sobre imóveis frente aos eventos de inundações. Constatou-se este percentual mais ao noroeste/sudoeste e ao norte da BHT, pois nestas regiões apresentaram mais de 8.000 domicílios/km². Esta densidade domiciliar é característica de bairros localizados na BHT, nomeadamente o bairro de São Bráz, Marco e Guamá.
A partir da densidade igual ou inferior a 8.000 domicílios/km², por igual interpolação espacial, evidenciou-se que mais de 58% da ZMG-BTC foram classificadas de baixo potencial de impacto sobre imóveis frente aos eventos de inundações, concentrando tais padronização mais ao nordeste/sudeste e ao sul da BHT. Esta densidade domiciliar é característica de bairros localizados na BHT, nomeadamente o bairro de Canudos, terra Firme e Universitário. Os resultados estão apresentados pela Figura 1, onde se apresenta a dispersão espacial da densidade de domicílios e do índice IDD.

Figura 1. Distribuição espacial da do número de domicílios por km² e o do índice de densidade domiciliar (IDD)
Consequências das Inundações sobre a Mobilidade e Acessibilidade Urbana na ZMG-BHT - Critério C2
Impacto das Inundações sobre o Sistema de Transporte
Inicialmente avaliou-se o impacto sobre o sistema de transporte, cuja permanência do alagamento por até 30 minutos pode atingir alturas maiores que 50cm, de modo a provocar sua total interrupção (Figura 2).
Nestes termos, em função do subíndice que refere sobre categorias de vias e oferta de transporte, e considerando que na bacia-piloto não existe oferta de estações de trem, metro, VLT; a permanência de alagamento em 10 minutos pode provocar impacto moderado sobre a mobilidade e acessibilidade ao sistema de transporte em cerca de 55% da ZMG-BHT. E, nessa condição, pode-se provocar impacto baixo em pouco mais de 45% da ZMG-BHT.
Por outro lado, considerando a permanência do alagamento superior a 10 minutos e de até 20 minutos, pode-se provocar impacto moderado sobre o sistema de transporte na ZMG-BHT. E, se o tempo de permanência do alagamento for até 30 minutos, quase 92% da ZMG-BHT tem tendência de apresentar-se com alto impacto sobre a mobilidade e acessibilidade ao sistema de transporte. E, pouco mais de 8% da ZMG-BHT foi classificada como moderado impacto sobre o sistema de transporte quando a zona for sujeita a permanência de 30 minutos de alagamento.

Figura 2. Impacto das Inundações sobre o sistema de transporte na ZMG-BHT: permanência do alagamento em 10, 20 e 30 minutos.
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Considerando que a importância dos referidos fatores de permanência dos alagamentos seja destinado a auxiliar a tomada de decisão, quanto a prioridade de intervenções socioeconômicas na ZMG-BHT, recorreu-se as suas respectivas ponderações. Para tanto, assumiu-se, de forma empírica que FP com tempo de 30 minutos deve apresentar-se como o mais importante (70%) entre os demais FP, posto que é o que produz o maior grau de impacto sobre a acessibilidade e mobilidade do sistema de transporte. Deste modo, assumiu-se a seguinte ponderação do índice IAM:
IAM(transporte) = 0,70xITV(30) + 0,20xITV(20) + 0,10xITV(10)
Portanto, considerando que o FP com tempo de permanência de até 20 minutos e 10 minutos, devem ter menores importâncias para aferir o impacto dos alagamentos sobre a acessibilidade e mobilidade ao sistema de transportes, respectivamente 20% e 10%; cerca de 76% da ZMG-BHT tem tendência de apresentar-se com moderado impacto. E, nessa condição, pode-se provocar alto impacto em pouco mais de 24% da ZMG-BHT (Figura 3).

Figura 3. Impacto das Inundações sobre o sistema de transporte na ZMG-BHT (maior importância ao tempo de permanência de 30 minutos).
Impacto das Inundações sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas
Avaliou-se o impacto sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas pelas vias urbanas, em que o sistema de transporte pode ser acometido com parcial interrupção, cuja permanência do alagamento por até 60 minutos pode atingir alturas maiores entre 25 a 50cm (Figura 4).
A permanência do alagamento em 10 minutos pode provocar baixo impacto sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas, mas sem interromper o sistema de transporte, em toda a ZMG-BHT.
Considerando a permanência do alagamento superior a 10 minutos e de até 20 minutos, pode-se provocar impacto moderado sobre a mobilidade e acessibilidade das pessoas em quase 57% da ZMG-BHT. E, nestas mesmas condições, baixo impacto em cerca de 43% da referida ZMG. E, se o tempo de permanência do alagamento for de até 30 minutos, quase toda a ZMG-BHT indicou tendência de apresentar-se com moderado impacto sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas pelas vias urbanas.

Figura 4. Impacto das Inundações sobre mobilidade/acessibilidade de pessoas na ZMG-BHT: permanência do alagamento em 10, 20, 30, 40, 50 e 60 minutos.
Caso o tempo de permanência do alagamento seja superior a 30 minutos e até 40 minutos, toda a ZMG-BHT indicou em apresentar-se com moderado impacto a mobilidade e acessibilidade de pessoas, sem qualquer interrupção do sistema de transporte. Quando o tempo de permanência do alagamento estiver entre 40 até 50 minutos, apenas cerca de 14% da ZMG-BHT apresentou-se com alto impacto a mobilidade e acessibilidade de pessoas, com efeitos de parcial interrupção do sistema de transporte. Entretanto, quando esse tempo for superior a 50 minutos, e até 60 minutos, o alto impacto sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas, cujo sistema de transporte pode ficar parcialmente interrompido, apresentou tendência de ser sentido em cerca de 92% da ZMG-BHT.
Considerando que a importância dos referidos fatores de permanência dos alagamentos seja destinado a auxiliar a tomada de decisão, quanto a prioridade de intervenções socioeconômicas na ZMG-BHT, recorreu-se as suas respectivas ponderações. Para tanto, aplicando o método AHP, considerou-se que o FP com tempo de 60 minutos é o mais importante (43,84%) entre os demais FP, posto que é o que produz o maior grau de impacto sobre a acessibilidade e mobilidade das pessoas pelas vias urbanas. Deste modo, assumiu-se a seguinte ponderação do índice IAM:
IAM(pessoas) = 0,4384xITV(60) + 0,2163xITV(50) + 0,1377xITV(40) + 0,0955xITV(30) + 0,062xITV(20) + 0,0459xITV(10)
Portanto, considerando que o FP com tempo de permanência de até 50, 40, 30, 20 e 10 minutos, devem ter menores importâncias para aferir o impacto dos alagamentos sobre a acessibilidade e mobilidade de pessoas pelas vias urbanas, respectivamente 21,63%, 13,77%, 9,55%, 6,20% e 4,59%; mais de 98% da ZMG-BHT tem tendência de apresentar-se com moderado impacto. E, nessa condição, pode-se provocar alto impacto em apenas cerca de 1,3% da ZMG-BHT (Figura 5).

Figura 5. Impacto das Inundações sobre a acessibilidade e mobilidade de pessoas nas vias urbanas da ZMG-BHT (maior importância ao tempo de permanência de 60 minutos).
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Figura 6. Impacto das Inundações sobre a mobilidade de pessoas com aumento do risco de contágio de doenças de veiculação hídrica na ZMG-BHT: permanência do alagamento em 50, 60, 80, 140, 160 e 180 minutos.
Impacto das Inundações sobre a mobilidade de pessoas com aumento do risco de contágio de doenças de veiculação hídrica
Avaliou-se o impacto sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas pelas vias urbanas, com aumento do risco de transmissão de doenças de veiculação hídrica, cuja permanência do alagamento por até 180 minutos pode atingir alturas maiores entre 10 a 25 cm (Figura 6).
A permanência do alagamento até 50 minutos pode provocar baixo impacto sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas e risco de transmissão doenças de veiculação hídrica - RDVH (pela exposição a água parada), em quase toda a ZMG-BHT.
E, considerando a permanência do alagamento superior a 50 minutos e de até 60 minutos, pode-se provocar impacto moderado sobre mobilidade e acessibilidade das pessoas e do RDVH em quase 60% da ZMG-BHT. E, nestas mesmas condições, baixo impacto em pouco mais de 40% da ZMG.

E, se o tempo de permanência do alagamento for maior que 60 e de até 140 minutos, mais de 98% da ZMG-BHT indicou tendência de apresentar-se com moderado impacto sobre a mobilidade e acessibilidade de pessoas e do RDVH. Entretanto, quando o tempo de permanência do alagamento estiver entre 140 até 160 minutos, mais de 54% da ZMG-BHT pode apresentar-se com alto impacto de mobilidade e acessibilidade de pessoas, com iguais efeitos do RDVH. A este propósito, quando esse tempo for superior a 160 minutos, e até 180 minutos, o alto impacto sobre a mbilidade e acessibilidade de pessoas e do RDVH, apresentou tendência de ser sentido em mais de92% da ZMG-BHT.
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Considerando que a importância dos referidos fatores de permanência dos alagamentos seja destinado a auxiliar a tomada de decisão, quanto a prioridade de intervenções socioeconômicas na ZMG-BHT, recorreu-se as suas respectivas ponderações. Para tanto, aplicando o método AHP, considerou-se que o FP com tempo de 180 minutos é o mais importante (43,84%) entre os demais FP, posto que é o que produz o maior grau de impacto sobre a acessibilidade e mobilidade das pessoas pelas vias urbanas com aumento do risco de transmissão de doenças de veiculação hídrica. Deste modo, assumiu-se a seguinte ponderação do índice IAM:
IAM(pessoas/RDVH) = 0,4384xITV(180) + 0,2163xITV(160) + 0,1377xITV(140) + 0,0955xITV(80) + 0,062xITV(60) + 0,0459xITV(50)
Portanto, considerando que o FP com tempo de permanência de até 160, 140, 80, 60 e 50 minutos, devem ter menores importâncias para aferir o impacto dos alagamentos, respectivamente 21,63%, 13,77%, 9,55%, 6,20% e 4,59%; mais de 95% da ZMG-BHT tem tendência de apresentar-se com moderado impacto. E, nessa condição, pode-se provocar alto impacto em apenas cerca de 5% da ZMG-BHT (Figura 7).

Figura 7. Impacto das Inundações sobre a acessibilidade e mobilidade de pessoas nas vias urbanas com aumento do risco de contágio de doenças de veiculação hídrica na ZMG-BHT (maior importância ao tempo de permanência de 180 minutos).

Impacto das Inundações sobre a mobilidade e acessibilidade ao sistema de transporte, das pessoas nas vias urbanas e das pessoas com aumento do risco de contágio de doenças de veiculação hídrica
A agregação dos impactos das inundações sobre a mobilidade e acessibilidade ao sistema de transporte, das pessoas nas vias urbanas e das pessoas com aumento do risco de contágio de doenças de veiculação hídrica, deve ser aferido para auxiliar a tomada de decisão quanto a prioridade de intervenções socioeconômicas na ZMG-BHT. Para tanto, assumiu-se, de forma empírica que a acessibilidade e mobilidade urbano do sistema de transporte é mais importante (70%) do que das pessoas e das pessoas com o aumento do risco de transmissão de veiculação hídrica. Deste modo, assumiu-se a seguinte ponderação do índice IAM(p):
IAM(p) = 0,70xIAM(transporte) + 0,20xIAM(pessoas) + 0,10xIAM(pessoas/RDVH)
Portanto, considerando que o impacto dos alagamentos sobre a acessibilidade e mobilidade de pessoas sobre as vias e destas com aumento do RDVH, respectivamente 20% e 10%; cerca de 87% da ZMG-BHT tem tendência de apresentar-se com moderado impacto. E, nessa condição, pode-se provocar alto impacto em pouco mais de 13% da ZMG-BHT (Figura 8).

Figura 8. Impacto das Inundações sobre a mobilidade e acessibilidade urbana na ZMG-BHT, com algum risco de transmissão de doenças de veiculação hídrica, a partir do tempo de permanência do alagamento.
Consequências das Inundações em detrimento do saneamento inadequado na ZMG-BHT - Critério C3
Impacto das Inundações pela inadequação do saneamento na ZGM-BHT: maior importância ao meio ambiente/resíduos sólidos-C1
Considerando que os impactos das inundações urbanas pela inadequação do saneamento estejam associados a importância dos componentes que integram a concepção teórica de pobreza hídrica, nomeadamente recursos hídricos (R), uso (U) e acesso a água (A), e o meio ambiente (M), assumiu-se a seguinte ponderação que foi obtida pela aplicação do método AHP:
ISI(C1) = 0,5127x(M) + 0,2605x(A) + 0,1504x(R) + 0,0764xI(U)
Assumindo que a ZMG-BHT dispõe de completa abrangência da rede de abastecimento de água, de algum tipo de dispositivo que possa realizar o tratamento de esgoto, as condições de resíduos sólidos foram enfatizadas, de modo que foram hierarquicamente ponderadas da seguinte forma: wM> wA> wR> wU. A partir destas condições, e com base nos dados de Rosário et al., (2025), cerca de 53% da ZGM-BHT apresentou-se com "BOAS" condições de saneamento adequado, cuja exposição das populações aos RDVH é de moderada a baixa frente a eventos de inundações. Entretanto, pouco mais de 47% da ZGM-BHT apresentou-se como sendo de "REGULAR" adequação ao saneamento, de modo que RDVH é de moderada a alta frente a eventos de inundações (Figura 9).

Figura 9. Impacto das Inundações pela inadequação do saneamento na ZMG-BHT - maior importância ao meio ambiente e questões de resíduos sólidos (Cenário 1 - C1).

Impacto das Inundações pela inadequação do saneamento na ZGM-BHT: maior importância do acesso a água-C2
Considerando que os impactos das inundações urbanas pela inadequação do saneamento estejam associados a importância dos componentes que integram a concepção teórica de pobreza hídrica, nomeadamente recursos hídricos (R), uso (U) e acesso a água (A), e o meio ambiente (M), assumiu-se a seguinte ponderação que foi obtida pela aplicação do método AHP:
ISI(C2) = 0,5127x(A) + 0,2605x(M) + 0,1504x(R) + 0,0764xI(U)
Assumindo que a ZMG-BHT dispõe de completa abrangência da rede de abastecimento de água, o acesso ao serviço de esgotamento sanitário e as condições de resíduos sólidos foram enfatizadas, de modo que foram hierarquicamente ponderadas da seguinte forma: wA> wM> wR> wU. A partir destas condições, e com base nos dados de Rosário et al., (2025), cerca de 43% da ZGM-BHT apresentou-se com "BOAS" condições de saneamento adequado, cuja exposição das populações aos RDVH é de moderada a baixa frente a eventos de inundações. Entretanto, pouco mais de 57% da ZGM-BHT apresentou-se como sendo de "REGULAR" adequação ao saneamento, de modo que RDVH é de moderada a alta frente a eventos de inundações (Figura 10).

Figura 10. Impacto das Inundações pela inadequação do saneamento na ZMG-BHT - maior importância ao acesso a água (serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário (Cenário 2 - C2).

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Impacto do saneamento inadequado em face de eventos de inundações na ZMG-BHT
Considerando que os impactos das inundações urbanas pela inadequação do saneamento estejam associados a importância dos componentes (R), (U), (A), e (M), assumiu-se que o cenário 2 (C2) (Figura 10) é maior importante que o cenário 1 (C1) (Figura 9), de modo que:
ISI(p) = 0,70 x ISI(C2) + 0,30 x ISI(C1)
Assumindo que os pesos foram atribuídos empiricamente em 70% e 30%, respectivamente para o ISI(C2) e ISI(C1), cerca de 46% da ZGM-BHT apresentou-se com "BOAS" condições de saneamento adequado, cuja exposição das populações aos RDVH é de moderada a baixa frente a eventos de inundações.
Entretanto, pouco mais de 53% da ZGM-BHT apresentou-se como sendo de "REGULAR" adequação ao saneamento, de modo que RDVH é de moderada a alta frente a eventos de inundações (Figura 11).
Figura 11. Impacto das Inundações pela inadequação do saneamento na ZMG-BHT - Cenário 2 (C2) é mais importante que o Cenário 1 (C1).
Prejuízos decorrentes de danos à estrutura de bens imóveis e seu conteúdo na ZMG-BHT - Critério C4
Pela proposição de Zonensein et al., (2008), a interpolação do índice IRF foi efetuado a partir do método IDP (Inverse Distance to a Power), operacionalizado pelo software Golden Surfer®. Deste modo, mapeou-se a ZMG-BTC onde quase 58% apresentaram-se com baixo potencial de prejuízos decorrentes de danos à estrutura de bens imóveis e seu conteúdo frente aos eventos de inundações. Constatou-se este percentual mais ao nordeste/sudeste da BHT, pois nestas regiões apresentaram menor ou igual a R$ 5.000,00/habitante. Esta densidade domiciliar é característica de bairros localizados na BHT, nomeadamente o bairro Universitário, Terra Firme e Guamá.
A partir da renda entre R$ 5.000,0/habitante e R$ 8.000,00/habitante, por igual interpolação espacial, evidenciou-se que menos de 12% da ZMG-BTC foram classificadas de moderado potencial de causar prejuízos decorrentes de danos à estrutura de bens imóveis e seu conteúdo frente aos eventos de inundações. Este padrão concentrou-se mais ao centro e noroeste da BHT. Esta renda per capita é característica de bairros localizados na BHT, nomeadamente o bairro de Canudos. E, rendas per capitas superiores a R$ 8.000,0/habitante são característicos de bairros como Marco e São Brás, pelo que foram indicados pelo alto potencial de causar prejuízos decorrentes de danos à estrutura de bens imóveis e seu conteúdo frente aos eventos de inundações. Os resultados estão apresentados pela Figura 12, onde se apresenta a dispersão espacial da renda per capita (R$/habitante), atualizada por ABEP (2024), e do índice IRF.

Figura 12. Distribuição espacial da do número de domicílios por km² e o do índice de densidade domiciliar (IDD)
Modelado pelo método Fuzzy-TOPSIS (Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution)
Considerando a "fuzzificação" dos critérios, suas importâncias foram hierarquicamente associadas ao impacto das inundações em detrimento do saneamento inadequado (C3), ao potencial de prejuízos decorrentes de danos à estrutura de imóveis e seu conteúdo frente (C4) e sobre imóveis e residentes frente aos eventos de inundações (C1), bem como sobre a acessibilidade e mobilidade do sistema de transportes e pedestres (C2) e custos de manutenção e retificação de canais (C5) (Figura 13).

Figura 13. "Fuzzificação" dos critérios socioeconômicos para priorizar intervenções em zonas marginais à linha de água.
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Figura 14. Prioridade de intervenção socioeconômica na ZGM-BHT
Por esta configuração, quando aplicado o método Fuzzy-TOPSIS cerca de 66% da ZGM-BTC necessitariam de intervenções corretivas de modo a priorizar:
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Indenizações para possível remoção de populações para habitações públicas.
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Inclusão e ampliação do programa de saúde pública, assistência social, auxílios e subsídios sociais;
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Instalação de placas de sinalizações nas vias para alertar sobre o perigo em trafegar em vias suscetíveis às inundações, indicar rotas alternativas para desvio do tráfego veicular e acesso aos transportes públicos.
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Implantação do sistema temporário para tratar esgotos domiciliar e elaboração de estudos para rede de esgoto; e, contentores de armazenamento temporário de resíduos sólidos às margens dos canais.
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Promoção de oficinas sobre educação ambiental e treinamento em primeiros socorros frente a um evento de inundações, nos centros comunitários, ou locais de apoio (como igrejas, ginásios etc.).
Enquanto, cerca de 22% da referida ZGM-BTC indicaram necessidades de intervenções preditivas que devem priorizar:
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Ampliação da abrangência do programa de saúde pública, de assistência social, de auxílios e subsídios sociais.
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Instalação de placas de sinalizações para indicar as rotas alternativas para o desvio do tráfego veicular e acesso para os transportes públicos (ônibus, BRT, trens, metrô, VLT, etc).
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Implantação de rede coleta de esgotos, e contentores de armazenamento temporário de resíduos sólidos às margens dos canais.
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Promoção de oficinas sobre educação e conscientização ambiental e primeiros socorros frente a um evento de inundações, nos centros comunitários, ou locais de apoio (como igrejas, ginásios etc.)
As importâncias dos critérios que afere o potencial de impactos sobre bens imóveis, sobre a mobilidade e acessibilidade urbana, pela inadequação do saneamento e de prejuízos decorrentes de danos à estrutura de bens imóveis e seu conteúdo, podem ser ajustadas por consulta a sociedade (leigos), de modo atribuir novos pontos de vistas para avaliar a prioridade de intervenção na zona marginal (ribeirinha).
Assim, pode-se acessar o link "CALIBRAÇÃO DE PESOS" para preencher um formulário de questionamentos sobre os critérios sócioeconîmicos.
Prioridade de Intervenção Socioeconômica na ZGM nos trechos de CFA_1, CFA_8, CFA_9 e CFA_10
Prioridade de Intervenção Socioeconômica na ZGM nos trechos de CFA_4 e CFA_1 na BHT.
Vistoria realizada entre 15 a 23 de outubro de 2025
Vistoria realizada entre 15 a 23 de outubro de 2025
Prioridade de Intervenção Socioeconômica na ZGM nos trechos de CFA_2 e CFA_1 na BHT.
Vistoria realizada entre 15 a 23 de outubro de 2025
Prioridade de Intervenção Socioeconômica na ZGM nos trechos de CFA_1 na BHT.
Vistoria realizada entre 15 a 23 de outubro de 2025